O bullying é um assunto importante e que surge com frequência nos debates sobre educação e convívio social na atualidade. Apesar disso, é comum observarmos uma certa banalização ou até mesmo o uso inadequado do termo.
Infelizmente, a prática de intimidação sistemática, ou seja, de ações agressivas contínuas que têm como intenção ferir fisicamente ou moralmente determinada pessoa, é uma realidade cotidiana de grande parte das instituições de ensino, no Brasil e no mundo.
Os danos causados por essas violências no desenvolvimento físico, mental e socioemocional dos estudantes agredidos podem ser muito graves e até irreversíveis. Tais impactos comprovam que o bullying não é saudável, tampouco um comportamento natural de socialização entre crianças e adolescentes.
A família, os professores, pedagogos, gestores e psicólogos devem unir esforços para identificar, prevenir e combater esse problema tão sério e recorrente no ambiente escolar. A seguir, saiba mais sobre o que significa bullying, de que maneiras ele pode se manifestar, como proteger os estudantes da sua escola e como incentivar boas práticas de convivência.
O que é bullying?
Muito mais do que brincadeiras, piadinhas e apelidos considerados normais nas relações entre crianças e adolescentes na fase escolar, o bullying consiste em uma forma de violência física e psicológica que acontece intencional e repetitivamente, e que pode desencadear graves transtornos na vítima.
O termo tem sua origem na palavra inglesa “bully”, que significa “valentão” ou “brigão”. No Brasil, é utilizado para designar ações violentas contínuas e conscientes contra uma pessoa tida como mais fraca e indefesa.
De acordo com a Lei Antibullying (Lei 13.185/15), essa intimidação sistemática pode se dar por meio de agressões físicas, expressões depreciativas, ameaças, perseguição, chantagem, isolamento social etc. Em geral, tais práticas aparecem quando existem diferenças tratadas de maneira discriminatória, bem como disputa de poder entre os estudantes.
A lei acima referida não tem um intuito punitivista, ao contrário, ela tem por intenção transformar as relações entre as pessoas, fomentando uma cultura de paz.
Quais são os principais tipos de bullying?
Como dito, o problema pode se manifestar de inúmeras formas. Vale ressaltar que, na maioria das vezes, há uma associação ou uma simultaneidade entre os atos que caracterizam os diferentes tipos de bullying. Abaixo, listamos os principais para você conhecer.
Físico
Esse tipo de abuso é revelado por meio de ataques físicos, como chutes, tapas, socos, empurrões, bloqueios de passagem e outras atitudes cujo toque confunde-se com força bruta. Importante dizer que, muitas vezes, tais atitudes são encaradas como “brincadeiras entre colegas”, o que não é verdade, uma vez que violência nada tem a ver com descontração.
Social
A prática de bullying social consiste em excluir, ignorar ou isolar de maneira sistemática determinado estudante. O isolamento social faz com que a vítima se torne gradualmente mais retraída e não queira mais frequentar a escola, visto que acredita que não tem valor e não é desejada em nenhum ambiente.
Psicológico
O bullying psicológico é caracterizado por manipulações, perseguições, chantagens, ameaças e discriminações que as vítimas sofrem em virtude de sua cor de pele, aparência, religião, gênero, orientação sexual, situação socioeconômica ou outras razões. Ele é tão sério que pode desencadear quadros graves de fobia social, ansiedade e depressão em quem sofre essas agressões.
Verbal
O verbal aparece nos xingamentos, nas piadas ou nos rótulos. Em casos assim, determinado estudante, por ser considerado “fora do padrão” e não “pertencente” ao grupo, é perseguido pelos seus colegas por meio de apelidos vexatórios. As consequências são igualmente danosas: as vítimas podem se tornar adultos extremamente inseguros, dependentes, com dificuldades de estabelecer relações e com a saúde mental comprometida.